Entrevistas

Caso de Sucesso: Instalação de Sistemas Fotovoltaicos na EPAL

Saiba os planos futuros da EPAL em relação à instalação de painéis fotovoltaicos em Lisboa

Entrevista Exclusiva

1. Existe, ou pretendem instalar no futuro, algum sistema de energia fotovoltaica em regime de autoconsumo na EPAL?

No curto prazo, na cidade de Lisboa, a EPAL tem uma obra planeada em Telheiras onde vão ser instalados cerca de 500 kW pico fotovoltaicos em cima dos reservatórios. Haverá também uma segunda instalação nos Olivais / Parque das Nações com 650 kWp, e uma terceira intervenção, ainda a concurso, com 500 kWp também nos Olivais.

2. Quais as principais vantagens da instalação de sistemas solares fotovoltaicos para a EPAL?

Existem, de facto, ganhos ambientais, económicos e, enquanto empresa de referência no abastecimento de água às populações, naturais ganhos sociais. No entanto, para a EPAL – e para quem aposta em tecnologia fotovoltaica – a resposta é Sustentabilidade e, neste sentido, é irrelevante a ordem pela qual consideram as vantagens na dimensão social, económica ou ambiental.

3. Qual a vossa visão sobre a energia solar fotovoltaica e de que modo influencia, ou irá influenciar, as atividades da EPAL?

Antevendo um pouco o que irá acontecer no futuro, a alteração tecnológica na EPAL, e na sociedade em geral, será tão grande que me atrevo a fazer uma comparação com a Revolução a Vapor. Por exemplo: hoje, bombamos água durante o período da noite, quando a energia é barata, para minimizar essa bombagem durante o dia. Isto para gerir a tarifa, à semelhança do que fazemos em nossas casas de forma a minimizar o custo. Contudo, à medida que há mais eletricidade solar na rede, a minimização do custo dá-se ao bombar de dia, ou seja, é o inverso daquilo que durante anos – e bem – tem sido feito pelas equipas da EPAL na gestão de tarifa. O facto de a gestão de tarifa passar a ser feita durante o dia fará com que se passe a bombar a água na altura em que as pessoas realmente precisam dela, e não em contraciclo.

Num futuro mais solar, a inversão será total naquilo que são os modelos operacionais. Já começamos a sentir timidamente esses efeitos, mas estamos seguros de que muito haverá para ver.

4. Enquanto empresa de referência no setor, como encaram os benefícios da energia solar em relação ao ambiente da cidade?

Em relação ao trabalho que estamos a desenvolver, o melhor exemplo será no Parque das Nações. Aqui, grande parte da nossa frota já foi descarbonizada, na medida em que fizemos, há cerca de 2 anos, a transição para viaturas elétricas. Estas são alimentadas, em grande parte, pela energia produzida no Parque das Nações, pelo que considero que somos duplamente “verdes”, pois fizemos a transição para o elétrico e pretendemos que a nossa energia produzida no local seja a energia que alimenta a nossa frota. Este é também um excelente exercício de armazenamento da energia fotovoltaica, durante o dia, para consumo nas nossas operações.

4. O que diria a outros decisores que estão a considerar a instalação de sistemas solares fotovoltaicos nas suas organizações?

Essencialmente duas coisas:

1) se não tiverem muita sensibilidade ambiental, pelo menos que a tenham do ponto de vista de racionalidade económica e verão que, com o fotovoltaico, conseguem a primeira. No fundo, o fotovoltaico tem a capacidade de aliar estes dois objetivos, a componente ambiental e a componente económica, muitas vezes antagónicos. Faz sentido economicamente, faz sentido ambientalmente. E, por outro lado:

2) que não se invista em fotovoltaico mantendo ineficiências no sistema. Não podemos, do ponto de vista de sustentabilidade, cobrir com capital intensivo ineficiências de consumo. Resumindo, primeiro há que minimizar o consumo e sermos eficientes e, depois, instalar fotovoltaico por razões ambientais e pelos ganhos económicos evidentes.

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